13 de nov. de 2013

Como eu faço... Priscila Calixto

   É um procedimento de urgência que deve ser realizado pelas equipes de APS o mais precoce possível,quando indicado, nos casos de ingestão acidental ou intencional de substâncias tóxicas (medicamentos, plantas etc.), a fim de diminuir a exposição e absorção da substância em questão. Quanto mais rápida for a decisão e início do procedimento, maiores são as possibilidades de retirada do agente tóxico. Se o paciente tiver que aguardar o serviço de remoção, perde-se a oportunidade da descontaminação efetiva na maioria dos casos. Logo, torna-se importante que as equipes de saúde da APS estejam treinadas/capacitadas para realizar esse procedimento.

Materiais necessários para o procedimento
• Sonda oro ou nasogástrica.
• Lidocaína gel.
• Soro fisiológico para irrigação ou água.
• Gaze.
• Luva esterilizada.
• Seringa de 20 ml.
• Máscara e óculos para proteção.

   A lavagem pode ser feita com sonda oro ou nasogástrica. A vantagem da sonda orogástrica
é o fato de ser mais calibrosa, facilitando a retirada das substâncias tóxicas. No entanto, é um
procedimento menos tolerado pelos pacientes. Na maioria das situações, passa-se uma sonda
nasogástrica. Esta deve ser o mais calibrosa possível para facilitar a recuperação do toxicante. A
posição ideal é o decúbito lateral esquerdo com a cabeça em nível inferior ao corpo.
   Deve-se explicar ao paciente como será o processo, assim, possivelmente, ele colaborará para
a passagem da sonda, além de não se sentir agredido. Se estiver comatoso, deverá ser intubado
antes da lavagem. Faz-se uma estimativa do comprimento (lóbulo da orelha, ponta do nariz,
apêndice xifoide), coloca-se lidocaína gel na extremidade distal e na narina escolhida. Durante a
colocação, flexiona-se o pescoço do paciente e pede-se para engolir.
   Deve-se confirmar a presença da sonda para assegurar o posicionamento. Habitualmente,
insufla-se ar por meio de uma seringa ao mesmo tempo em que se ausculta a região epigástrica.
Em adultos, uma lavagem gástrica bem sucedida necessita de uma média de 6 a 8 litros de
líquido (soro fisiológico ou água). Em crianças, utilizam-se 5-10 ml/kg até o máximo de 250 ml/
vez. Volume total usado em média para RN 500 ml; lactentes 2-3 l; escolares 4-5 l. Administramse
pequenas quantidades (máximo 250 ml/vez), visto que volumes maiores podem “empurrar” o
toxicante para o duodeno. Repete-se esse procedimento várias vezes (mínimo oito).
O volume retornado sempre deve ser próximo ao volume ofertado e observar atentamente o
conteúdo que retorna, na procura de restos do agente tóxico. Podem ser guardadas as amostras

Fonte: Ministério da saúde. caderno de atenção básica, 30. Procedimentos




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