30 de ago. de 2014

Como eu faço... Visita Domiciliar a Recém Nascido

   Hoje o Blog da CLÍNICA DA FAMÍLIA SOUZA MARQUES continua apresentando uma série de relatos mostrando como o profissional trabalha na sua área. E para esse contato, temos a honra de apresentar Luana Santos, Técnica de Enfermagem da Equipe Campinho da nossa unidade. Souza Marques que apresenta como é o funcionamento das Visitas Domiciliares a Recém Nascidos

   As Visitas domiciliares são recomendadas às famílias de gestantes e de crianças na primeira semana pós-parto e, posteriormente a esse período, a periodicidade deve ser pactuada com a família a partir das necessidades evidenciadas e considerando-se os fatores de risco e de proteção.
   Cabe lembrar que a visita domiciliar não é apenas uma atribuição do agente comunitário, pois toda a equipe faz uso dessa prática, podendo a primeira consulta do RN e da puérpera ocorrer em domicílio, conduzida pelo(a) médico(a) e/ou enfermeiro(a).
  Entre os benefícios da visita, temos o desenvolvimento da parentalidade; Melhoria de alguns problemas de comportamento da criança (segundo os pais); Melhoria no desenvolvimento cognitivo de grupos específicos, tais como os prematuros e os
recém-nascidos de baixo peso; Redução de lesões não intencionais;
e Melhoria na detecção e no manejo da depressão pós-parto; Melhoria na prática da amamentação.
  No entanto, identificam-se evidências inconclusivas em relação ao fato de que a visita domiciliar possa interferir em situações como abuso, cobertura vacinal ou redução de hospitalização, os profissionais que devem realizá-la, a maneira como deve ser realizada em cada situação e por quanto tempo devem ser realizadas.
    Em todas as visitas domiciliares, é fundamental que o profissional de saúde saiba identificar sinais de perigo à saúde da criança. As crianças menores de 2 meses podem adoecer e morrer em um curto espaço de tempo por infecções bacterianas graves. São sinais que indicam a necessidade de encaminhamento da criança ao serviço de referência com urgência como a Recusa alimentar (a criança não consegue beber ou mamar); Vômitos importantes (ela vomita tudo o que ingere); Convulsões ou apneia (a criança fica em torno de 20 segundos sem respirar); Frequência cardíaca abaixo de 100bpm; Letargia ou inconsciência; Respiração rápida (acima de 60mrm);  Atividade reduzida (a criança movimenta-se menos do que o habitual); Febre (37,5ºC ou mais); Hipotermia (menos do que 35,5ºC); Tiragem subcostal; Batimentos de asas do nariz; Cianose generalizada ou palidez importante; Icterícia visível abaixo do umbigo ou nas primeiras 24 horas de vida; Gemidos; Fontanela (moleira) abaulada;  Secreção purulenta do ouvido; Umbigo hiperemiado (hiperemia estendida à pele da parede abdominal) e/ou com secreção purulenta (indicando onfalite);  Pústulas na pele (muitas e extensas);  Irritabilidade ou dor à manipulação.
   Para as crianças maiores de 2 meses, é importante observar se a criança não consegue beber ou mamar no peito, se vomita tudo o que ingere, se apresenta convulsões ou se está letárgica ou inconsciente
    As crianças são frequentemente acometidas por doenças respiratórias e gastrointestinais. Sendo assim, o profissional de saúde deve conseguir identificar sinais de maior gravidade dessas doenças. Para a criança com tosse ou dificuldade para respirar, é importante verificar se  a frequência respiratória está intensificada, se a criança apresenta sibilos (chiado) ou estridor e se apresenta tiragem subcostal (a parede torácica inferior se retrai quando a criança inspira). Para a criança com diarreia, é importante identificar sinais de gravidade de desidratação, tais como: letargia, inconsciência, inquietude, irritação, olhos fundos, sinal da prega presente (a prega cutânea retorna lentamente ao estado natural) ou se a criança não consegue mamar ou beber líquidos.
   A partir dos depoimentos das mães, da satisfação dos profissionais em realizar esta atividade e das evidências científicas, recomenda-se a continuidade da prática de visitar as crianças e suas famílias além da primeira semana de vida dos bebês. Enfatiza-se que as visitas devem ser estendidas às gestantes para estimular e auxiliar as mulheres no preparo para receber os bebês, uma vez que alguns desfechos têm fatores que podem ser modificados antes do nascimento. Salienta-se ainda que, na maioria dos estudos que
avaliam o impacto de visitas domiciliares (VD) na saúde das crianças, as visitas iniciavam-se na gestação e prolongavam-se até os primeiros anos de vida
  Por fim, os principais objetivos da primeira visita domiciliar ao recém-nascido e à sua família são observar as relações familiares;  Facilitar o acesso ao serviço de saúde; Possibilitar ou fortalecer o vínculo das famílias com as equipes de saúde; Escutar e oferecer suporte emocional nessa etapa de crise vital da família (nascimento de um filho);  Estimular o desenvolvimento da parentalidade; Orientar a família sobre os cuidados com o bebê; Identificar sinais de depressão puerperal; Promover o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida; Prevenir lesões não intencionais; e identificar sinais de perigo à saúde da criança.

   Espero que tenham explicado a todos como funciona as Visitas Domiciliares a Recém Nascidos  e esperamos vocês numa próxima oportunidade. Até a próxima. ..

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