Hoje o Blog da CLÍNICA DA FAMÍLIA SOUZA MARQUES continua apresentando uma série de relatos mostrando como o profissional trabalha na sua área. E para esse contato, temos a honra de apresentar Luana Santos, Técnica de Enfermagem da Equipe Campinho da nossa unidade. Souza Marques que apresenta como é o funcionamento das Visitas Domiciliares a Recém Nascidos
As Visitas domiciliares são recomendadas às famílias de gestantes e de crianças na primeira semana pós-parto e, posteriormente a esse período, a periodicidade deve ser pactuada com a família a partir das necessidades evidenciadas e considerando-se os fatores de risco e de proteção.
As Visitas domiciliares são recomendadas às famílias de gestantes e de crianças na primeira semana pós-parto e, posteriormente a esse período, a periodicidade deve ser pactuada com a família a partir das necessidades evidenciadas e considerando-se os fatores de risco e de proteção.
Cabe lembrar que a visita domiciliar não é
apenas uma atribuição do agente comunitário, pois toda a equipe faz uso dessa
prática, podendo a primeira consulta do RN e da puérpera ocorrer em domicílio,
conduzida pelo(a) médico(a) e/ou enfermeiro(a).
Entre
os benefícios da visita, temos o desenvolvimento da parentalidade; Melhoria de
alguns problemas de comportamento da criança (segundo os pais); Melhoria no
desenvolvimento cognitivo de grupos específicos, tais como os prematuros e os
recém-nascidos
de baixo peso; Redução de lesões não intencionais;
e
Melhoria na detecção e no manejo da depressão pós-parto; Melhoria na prática da
amamentação.
No entanto, identificam-se evidências
inconclusivas em relação ao fato de que a visita domiciliar possa interferir em
situações como abuso, cobertura vacinal ou redução de hospitalização, os
profissionais que devem realizá-la, a maneira como deve ser realizada em cada
situação e por quanto tempo devem ser realizadas.
Em todas as visitas domiciliares, é
fundamental que o profissional de saúde saiba identificar sinais de perigo à
saúde da criança. As crianças menores de 2 meses podem adoecer e morrer em um
curto espaço de tempo por infecções bacterianas graves. São sinais que indicam
a necessidade de encaminhamento da criança ao serviço de referência com urgência
como a Recusa alimentar (a criança não consegue beber ou mamar); Vômitos
importantes (ela vomita tudo o que ingere); Convulsões ou apneia (a criança
fica em torno de 20 segundos sem respirar); Frequência cardíaca abaixo de
100bpm; Letargia ou inconsciência; Respiração rápida (acima de 60mrm); Atividade reduzida (a criança movimenta-se
menos do que o habitual); Febre (37,5ºC ou mais); Hipotermia (menos do que
35,5ºC); Tiragem subcostal; Batimentos de asas do nariz; Cianose generalizada
ou palidez importante; Icterícia visível abaixo do umbigo ou nas primeiras 24
horas de vida; Gemidos; Fontanela (moleira) abaulada; Secreção purulenta do ouvido; Umbigo
hiperemiado (hiperemia estendida à pele da parede abdominal) e/ou com secreção purulenta
(indicando onfalite); Pústulas na pele
(muitas e extensas); Irritabilidade ou
dor à manipulação.
Para as crianças maiores de 2 meses, é
importante observar se a criança não consegue beber ou mamar no peito, se
vomita tudo o que ingere, se apresenta convulsões ou se está letárgica ou inconsciente
As crianças são frequentemente acometidas
por doenças respiratórias e gastrointestinais. Sendo assim, o profissional de
saúde deve conseguir identificar sinais de maior gravidade dessas doenças. Para
a criança com tosse ou dificuldade para respirar, é importante verificar se a frequência respiratória está intensificada,
se a criança apresenta sibilos (chiado) ou estridor e se apresenta tiragem
subcostal (a parede torácica inferior se retrai quando a criança inspira). Para
a criança com diarreia, é importante identificar sinais de gravidade de desidratação,
tais como: letargia, inconsciência, inquietude, irritação, olhos fundos, sinal
da prega presente (a prega cutânea retorna lentamente ao estado natural) ou se
a criança não consegue mamar ou beber líquidos.
A partir dos depoimentos das mães, da satisfação
dos profissionais em realizar esta atividade e das evidências científicas,
recomenda-se a continuidade da prática de visitar as crianças e suas famílias
além da primeira semana de vida dos bebês. Enfatiza-se que as visitas devem ser
estendidas às gestantes para estimular e auxiliar as mulheres no preparo para
receber os bebês, uma vez que alguns desfechos têm fatores que podem ser
modificados antes do nascimento. Salienta-se ainda que, na maioria dos estudos
que
avaliam
o impacto de visitas domiciliares (VD) na saúde das crianças, as visitas
iniciavam-se na gestação e prolongavam-se até os primeiros anos de vida
Por fim, os principais objetivos da primeira
visita domiciliar ao recém-nascido e à sua família são observar as relações
familiares; Facilitar o acesso ao
serviço de saúde; Possibilitar ou fortalecer o vínculo das famílias com as
equipes de saúde; Escutar e oferecer suporte emocional nessa etapa de crise vital
da família (nascimento de um filho); Estimular o desenvolvimento da parentalidade; Orientar
a família sobre os cuidados com o bebê; Identificar sinais de depressão
puerperal; Promover o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida; Prevenir
lesões não intencionais; e identificar sinais de perigo à saúde da criança.Espero que tenham explicado a todos como funciona as Visitas Domiciliares a Recém Nascidos e esperamos vocês numa próxima oportunidade. Até a próxima. ..
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