História Relatada pela Agente Comunitária de Saúde Glória Resino
Hoje, a nossa Clínica da Família continua com a série de relatos sobre as histórias dos maiores beneficiados da nossa unidade: Os Cadastrados. E para começar essa série de relatos, nada melhor do que uma história de conscientização e superação;
"Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando,
foi justamente num sonho que Ele me falou"
foi justamente num sonho que Ele me falou"
Sou uma entre milhares de pacientes que anualmente fazem seus exames rotineiros na busca incessante pela saúde e bem-estar. No dia 29 de maio do corrente ano, realizei alguns exames de rotina para saber o que estava acontecendo comigo. Não me sentia bem, corri para a clínica da Família e pedi ao e pedi a ele que solicitasse exames pois os que eu havia concluído estavam normais e ainda assim não me sentia bem. Naquele mesmo período, estava com um resfriado em virtude de mudança de tempo.
Às vezes você me pergunta, Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada, Nem fico sorrindo ao teu lado
Estava com laringite, quase sem voz, e o mais intrigante, sentia-me prostrada, sem forças, desanimada. Daí o pedido de exames complementares. Pois bem, fiz os exames pela manhã. E voltei no dia marcado e fiquei assustada, pensei que era trote, não era. Primeiro, o médico me deu uma bronca, perguntando indignado: A senhora não controla seu diabetes não?
Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Me come, me cospe, me deixa
Quase cai sentada, mas retruquei dizendo: Acho que deve ser engano porque eu não tenho nenhuma diabetes! Mas foi mais firme ainda dizendo: Escute, acabo de analisar os resultados dos seus exames, e a senhora deve ir imediatamente começar o tratamento, porque a sua glicemia está altíssima, pode ter um problema mais sério de saúde! Não tive mais dúvida.
Caí na realidade! Pedi para o médico verificar a minha taxa de glicose e qual não foi minha surpresa e desespero ao constatar que minha glicemia já estava em quase 600 mg. Tomei insulina duas vezes, mais um remédio, glibenclamida, e fiquei na unidade por mais quatro horas, em observação, esperando que a glicemia baixasse.
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar
Mas hoje eu vou lhe mostrar
Após ter alta, ouvi todas as recomendações do médico, não só confirmando a preocupação com a glicemia elevada, ele prescreveu-me uma dieta rigorosa e aconselhou-me a buscar um tratamento com um clínico geral ou endocrinologista. Saí da unidade aliviada, porque recebi todas as orientações possíveis, e o mais estranho é que me sentia melhor.
Lembro que quando lá cheguei, não tinha muitas forças, estava cansada e abatida. Após a medicação, como num passe de mágica, já me sentia com mais coragem, e os meus passos eram mais firmes e menos vacilantes. Evidentemente, passei a ler sobre Diabetes Mellitus, e compreendi o grande risco que estava correndo.
Iniciei a dieta imediatamente, e desde então, com a ajuda da minha agente comunitária, eliminei quase 20 quilos, e segundo a minha nutricionista e médico clínico geral preciso eliminar mais vinte quilos. Sinto-me bem melhor, esperançosa, e continuo a tomar a medicação, além de glibenclamida, Metformina. Faço dieta, mas não exageradamente como estava fazendo no início do tratamento, já que a nutricionista proibiu exageros, tanto para mais, quanto para menos. Desde esse episódio, penso na senhora constantemente.
Eu sou a luz das estrelas ,Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida, Eu sou o medo de amar
Eu sou as coisas da vida, Eu sou o medo de amar
Precisava dizer muito obrigada por ter-me salvo a vida! Antes de ir ao Clínica da familia naquele fatídico 29 de maio, no meu íntimo, eu sabia que eu não ia durar muito, em virtude do estado em que me encontrava sem saber que estava diabética. Mas, naquele dia, a minha agente comunitária tornou-se, sem saber, o meu anjo da guarda. Por um simples gesto de responsabilidade e um ato de amor ao que faz, da sua parte, é que aqui estou para escrever-lhe e agradecer-lhe.
Não sabia o que enviar-lhe: um buquê de flores, um livro, ou o quê? Resolvi por uma simples bijuteria que a teria por algum tempo. E sempre que olhasse para ela, iria lembrar que eu estaria agradecendo-lhe, em meu nome, mas também, em nome de muitas outras pessoas que muito provavelmente, tem ajudado, mas que por alguma razão não escreveram para falar-lhe pessoalmente. Sempre que me lembro dessa história, fico comovida, chego às lágrimas. Mas, se há alguma coisa que me compete hoje é agradecer a todas as pessoas que um dia me ajudaram de uma forma ou outra.
Eu sou o medo do fraco,
A força da imaginação
O blefe do jogador,
O blefe do jogador,
Eu sou, eu fui, eu vou
Vivemos em um país cujos valores de moral, humanidade e solidariedade parecem que está indo pelo ralo. Ouvimos falar do desperdício público em todas as partes, corrupção, violência, mortes causadas por roubos, seqüestros, etc. Dificilmente, ouvimos uma notícia de alguém que simplesmente diga obrigado, obrigada! Por um favor recebido.
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim
Não que esses gestos não aconteçam, mas é difícil reconhecer os nossos anjos da guarda. Então, meu anjo da guarda, muito obrigada por aquele simples telefonema que salvou a minha vida.
Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio
O nosso país precisa tanto de pessoas como você!
Uma lição de vida para todos nós e até a próxima.
* Os cadastrados tiveram seus nomes alterados para preservar a sua integridade.
* Musica citada: Gita - Raul Seixas
Agente Comunitária de Saúde Glória Resino teixeira
Email: equipeteles@gmail.com
Nesta História foi usado Nome fictício e as fotos é mera ilustração,
para preservar a imagem do Cadastrado.
Obrigado a todos.