História Relatada pela Agente Comunitária de Saúde Deborah Fernandes
Hoje, a nossa Clinica da Familia dá início a uma série de relatos sobre as histórias dos maiores beneficiados da nossa unidade: Os Cadastrados.
E para continuar essa série de relatos, nada melhor do que uma história de conscientização e superação; E porque não contar a história de uma mãe, mulher guerreira e batalhadora que não perde a força pra viver?
“É um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta”
Dona Jurema Santana Pinto, cadastrada desde 2006 foi uma das primeiras a receber a visita da Agente Comunitária. Hipertensa, casada com o Srº Antônio Fernando também Hipertenso. Sempre foram um casal feliz e sorridente. Lutavam contra as dificuldades da vida juntos, lado a lado, para o que desse e o que viesse.
“É o som, é a cor, é o suor, é a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri, quando deve chorar e não vive, apenas aguenta”
Excelentes pais de 06 filhos e avós incríveis de 07 netos, sempre foram o exemplo de família feliz, mas nem sempre tudo é felicidade pra todos mundo. Em 2010, a família recebeu o pior dos baques. O mais velho dos filhos homens, Seu filho Bruno ficou doente e logo depois veio a faleceu de HIV.
A HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da AIDS, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
“Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca, Mistura a dor e a alegria”
Dona Jurema, depois desse certeiro baque, ficou triste afinal de contas, acabara de perder o mais velho dos filhos. Então, caiu em depressão e a primeira decisão foi parar de tomar os remédios de Hipertensão afinal de contas, para que continuar a viver, se perdeu um dos mais bens preciosos que ele tem.
Assim que eu descobri a depressão da Dona Jurema, comecei a intensificar as minhas visitas e a cada vez eu levava um profissional diferente para conversar com ela e vera sua saúde.
Levei a enfermeira, a técnica, os profissionais do NASF, todos contribuíram para sua recuperação, porém, teve um apoio que foi extremamente importante para o inicio de sua recuperação: o apoio dos demais filhos, os quais encontrava discretamente sem ela saber.
“Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça, é preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca, possui a estranha mania de ter fé na vida”
Também, mostrei a ela as consequências que poderiam vir a acontecer caso ela não continuasse o tratamento.
"Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!... Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê... Lá Lá Lá Lerererê Lerererê"
Uma lição de vida para todos nós e até a próxima.
* Os cadastrados tiveram seus nomes alterados para preservar a sua integridade.
* Citação: Musica: Maria, Maria cantada por Milton Nascimento.
Agente Comunitária de Saúde Deborah Fernandes Santana
Email: equipecampinho@ig.com.br
Nesta História foi usado Nome fictício e as fotos é mera ilustração,
para preservar a imagem do Cadastrado.
Obrigado a todos.