23 de out. de 2013

Como eu Faço... Luciana Pereira

  Hoje o Blog da CLINICA DA FAMÍLIA SOUZA MARQUES continua apresentando uma série de relatos mostrando como o profissional trabalha na sua área. E para esse contato, temos a honra de apresentar Luciana, Técnica de Enfermagem da Equipe Dinis Barreto da nossa unidade que apresenta como funciona a sala de curativos sobre a visão do profissional técnico. 
    A sala de curativos é um ambiente o qual se destina ao tratamento de lesões. Trata-se de uma sala de procedimentos a qual deve estar adequada com as normas do Ministério da Saúde no que se refere a sua planta e sua composição. Curativo é um procedimento utilizado para a limpeza, proteção e tratamento das lesões. 
   O curativo consiste no cuidado dispensado a uma região do corpo com presença de uma ruptura da integridade de um tecido corpóreo. 
     O objetivo da cura da ferida implica em recuperar a continuidade entre as bordas da ferida e restabelecer a função do tecido, implicando em complexos processos de regeneração e reparação. Geralmente os curativos são realizados em 03 classificações, além de remoção de pontos. Os curativos da primeira classificação são os Passivos, Interativos e Bio ativos.
     Os curativos passivos são utilizados produtos que protegem e cobrem as feridas, como: algodão, gazes, gazes medicadas, esparadrapos, micropore, fitas cirúrgicas. 
    Atualmente este e o tipo de curativo utilizado nesta unidade. Já os curativos interativos, também chamados de hidro ativos são utilizados materiais projetados para manter um micro ambiente ótimo para cura da ferida, como: películas polimerizadas, espumas polimerizadas, polímeros fibrosos e de partículas, hidrogéis, hidrocolóides. E os curativos bio ativos são curativos que resgatam ou estimulam a liberação de substancias ativas durante o processo de cura, como: alginato de cálcio, polissacarídeos, hidrogéis, hidrocolóides. 
    Os curativos de segunda classificação podem ser chamados de Simples ou aberto e Oclusivo. Os curativos simples consistem na limpeza das lesões com anti-sépticos e aplica-se medicação sem cobrir o local da lesão, como por exemplo as escoriações. Já os oclusivo são aqueles que o ferimento não fica exposto, podendo ser seco (uma camada de gaze e prender com atadura ou esparadrapo), úmido (aplicando solução anti-séptica para remover as bactérias, as células descamadas, crostas e exsudato inflamatório e o ferimento é protegido com gaze umedecida), compressivo (colocada compressa para interferir na hemostasia sangüínea) e contensivo (aquele que se utiliza recursos para manter aproximação das bordas da ferida. Através de esparadrapos em forma de margarida e X, aderidos às espátulas e outros).
      A retirada de pontos consta da retirada de fios, colocados para aproximar as bordas de uma lesão, com intuito de facilitar a cicatrização. O tempo destinado à retirada de pontos está ligado a localização no corpo e à força tênsil da mesma. Pontos na face demoram entre 01 a 03 dias, os do pescoço são de 02 a 04 dias. Os no couro cabeludo, somente após 07 dias, os no tronco e extremidades levam de 06 a 10 dias e nas articulações, de 08 a 12 dias. Para realizar curativos com pontos, os tipos de sutura podem ser fios não absorvíveis: poliéster, seda, suturas da pele ou fios absorvíveis: catgut ou fibra sintética.
      Os Materiais, geralmente utilizados são pacote de curativo (se necessário), pacote para retirada de pontos, SSI 0,9%, Cuba rim e lixo. O Procedimento básico para esse tipo de curativo é primeiro lavar as mãos, preparar o usuário e o material, retirar curativo, se houver, limpar a incisão cirúrgica, cortar a extremidade mais curta do ponto o mais próximo possível da pele, colocar os pontos retirados sobre uma gaze, cobrir a ferida somente se houver necessidade, orientar o paciente a realizar a higiene em domicílio, desprezar o material adequadamente e por fim anotar dados no prontuário, pois como temos um revezamento, o próximo técnico sabe o que foi realizado anteriormente. Nesse espaço são atendidos todos os públicos de todas as idades, porem a sua maioria são de homens idosos. Os técnicos de enfermagem, através de uma escala de rodízio, se revezam para cuidar desses curativos, tudo sobre os olhares atentos da Enfermeiras Eliane. 
   O Curativo mais realizado nessa sala é a Úlcera varicosa. Essa ulcera é definida como qualquer ferimento abaixo do joelho, incluindo o pé, que não cicatriza em um período menor que seis semanas. As principais causas da insuficiência venosa crônica que culminam no aparecimento das úlceras de estase são as varizes primárias e a síndrome pós- trombótica. 
     Há vários tipos de úlceras de perna provenientes de ferimentos infectados, ou devidas a doenças infecciosas (sífilis, tuberculose, leishmaniose); por defeitos de glóbulos sangüíneos (anemia falciforme); por doenças auto-imunes (esclerodermia); por hipertensão arterial, devido a isto, deve-se verificar a pressão arterial constantemente ; por má irrigação sanguínea da perna (úlceras isquêmicas); úlceras dos diabéticos; tumores de pele; e úlceras venosas. Das úlceras de perna, 73% são de origem venosa. 
     Nesses casos, a maneira “ideal”de fazer curativos é Manter a ferida limpa, remover o excesso de exsudação, permitir a troca gasosa. fornecer isolamento térmico, torná-lo impermeável às bactérias, isentá-los de partículas e de tóxicos contaminadores de feridas. E permitir a remoção do curativo sem causar traumas na ferida.
     Quando fazemos curativos é necessário uma série de cuidados como Lavar as mãos antes e depois de atender o paciente, Manipular o material estéril sempre com auxilio de pinças ou luvas estéreis, Limpar a ferida com soro fisiológico 0,9%, empregar anti-séptico (se necessário) na ferida e ao redor da mesma, orientar o cliente sobre os cuidados: não tocar com a mão na ferida, não falar sobre a lesão, não pegar em materiais esterilizados. Deixar a ferida e os materiais estéreis expostos o menor tempo possível, Preparar o ambiente: fechar as janelas, evitar correntes de ar, Dispor o material de modo que fique cômodo para o profissional e o cliente, evitando ao máximo a contaminação. Já para as feridas que drenam, precisa-se realizar a troca de curativos cada vez que estejam úmidos com exsudatos, se há contra indicação para mudar freqüentemente o curativo este poder ser reforçado com mais gazes estéreis secas, para inibir a passagem de germes do exterior para a ferida. 
    A parte externa do curativo de uma ferida com drenagem está muito contaminada – zelar ao fazer sua troca e manter o exterior seco Alguns cuidados devem ser extremamente respeitados, como conservar as pinças com as pontas voltadas para baixo. A zona de maior contaminação de uma ferida que está drenando está na parte de baixo, por isso em curativos com dreno o reforço de curativos deve ser feito na parte inferior. Evitar falar ao manipular o material estéril ou a ferida e usar máscara nos casos mais delicados, quando houver suspeita de infecção de vias aéreas ou quando houver risco de respingos de sangue ou pus. Devemos lembrar que o sangue transporta os materiais que nutrem e reparam os tecidos corporais. E por isso evitar substancia que lesam tecidos, usar técnicas assépticas, não tocar na lesão com qualquer material não esterilizado, usar cada gaze ou tampão só uma vez para tratamento da ferida, usar técnica do toque com tampão rotativo, evitando os movimentos de dentro para fora da ferida tanto quanto de fora para dentro e retirar os tecidos necrosados. 
    Quando o curativo é realizado em região que tenha pelos, devemos colocar na proteção da ferida somente material estéril, mesmo aqueles que não estejam em contato com a lesão, remover secreções, restringir movimentos, cobrir áreas desfiguradas e promover conforto e bem estar do individuo. Não passe o braço sobre o campo estéril. Existe risco de que contaminantes do braço ou uniforme contaminem o campo estéril. Quando for realizar curativos em clientes com mais de uma ferida, deve-se iniciar pelos de incisão limpa e fechada, seguindo-se os de ferida aberta não infectada e por ultimo as colostomias e fístulas em geral. Jamais colocar o material contaminado na cama, na mesa de cabeceira ou no recipiente de lixo do cliente. 
   Observar presença de infecção e colher material para cultura de secreção sempre que necessário. Nessa sala, o lixo é umas das principais preocupações, pois são considerados lixo infectante. O lixo deve ser separado em recipientes próprios de acordo com sua natureza. Materiais perfurocortantes tais como: seringas com agulha, agulhas, ampolas, laminas de bisturi e barbear, equipos com escalpe, escalpes. Serão armazenados em caixa própria denominada DESCARPAX. Já os materiais contaminados tais como: gesso, talas, gazes, algodão, drenos, luvas, bolsas coletoras, papel higiênico de pacientes, fraldas descartáveis, restos alimentares de pacientes, etc. Armazenados em lixeira com tampa e revestida com saco plástico. E os materiais recicláveis: papel, pacotes de material esterilizado, copos plásticos. Armazenados separadamente. 
   Uma das grandes dificuldades de estar nessa sala é falta de alguns materiais, como a falta de coberturas, pomadas por exemplo, porém, não há nada melhor do que a satisfação do paciente quando obtém o resultado satisfatório. A medicina e a enfermagem vivem em constante desenvolvimento e por isso há a necessidade de instrução constante, como a preparação, além de cursos e palestras. 
   Os nossos usuários precisam lembrar que as finalidades do curativo são remover corpos estranhos, limpar a lesão;reaproximar bordas separadas, promover hemostasia (coibir hemorragias), evitar o aparecimento de infecções nas feridas assépticas, impedir a propagação de infecções nas feridas sépticas, preencher espaço morto e evitar a formação de sero-hematomas, manter contato de medicamentos junto às feridas e adjacências,fazer debridamento mecânico e remover tecido necrótico, absorver exsudato e secreções e facilitar a drenagem, manter a umidade da superfície da ferida, fornecer isolamento térmico, proteger e isolar a ferida do meio externo e contra trauma mecânico. favorecer a cicatrização da ferida, limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida, proporcionar maior conforto físico e psicológico aos clientes e diminuir a intensidade da dor. 
    Muitos cuidados são necessários aos técnicos para fazer o curativo, como lavar as mãos com água e sabão, secar e friccionar álcool 70% glicerinado; reunir o material necessário e levá-lo até o paciente; explicar-lhe o que será feito; descobrir ou cobrir o paciente conforme a necessidade; colocar a cuba-rim ou bandeja de inox próxima ao local do curativo protegida com papel toalha; abrir os pacotes de curativo com técnica asséptica, dispor as pinças em ordem de uso. delimitar imaginariamente espaço livre no campo para separar o material contaminado da área estéril; abrir os pacotes de gaze; remover o curativo anterior (em caso de troca), o que poderá ser feito com as mãos enluvadas ou com pinças; deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução que contenha sabão, o que removerá mecanicamente alguns patógenos e vai também melhorar a fixação do curativo à pele; fazer um chumaço de gaze e embebê-lo com soro fisiológico, mantendo uma distância em torno de 20cm entre o frasco e o chumaço; proceder à limpeza da área seguindo o princípio do menos para o mais contaminado: a limpeza deve ser feita da área menos contaminada para a mais contaminada, evitando-se movimentos de vaivém; nas feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é a pele localizada ao redor da ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da ferida; secar toda a área com chumaços secos de gaze; fazer novo chumaço, embebê-lo com solução anti-séptica (pvpi tópico) e aplicar na ferida; deve-se remover as crostas e os detritos com cuidado, lavar as feridas com soro fisiológico em jato ou com pvpi aquoso (em feridas infectadas, quando houver sujidade e no local de inserção dos cateteres centrais) em feridas contaminadas, deve-se iniciar a anti-sepsia da área mais distante para a mais próxima da ferida; secar toda a área na mesma seqüência; 
   obs: quando necessário usar pomadas, aplicar sobre a espátula e esta sobre a ferida. cobrir o ferimento com gazes abertas ou dobradas e atadura conforme a extensão da ferida; desprezar as pinças na cuba-rim; fixar as gazes com esparadrapo ou micropore; em certos locais o esparadrapo não deve ser utilizado, devido à mobilidade (articulações), presença de pêlos ou secreções. nesses locais deve-se utilizar ataduras, estas devem ser colocadas de maneira que não afrouxem nem comprimam em demasia. o enfaixamento dos membros inicia-se da porção distal para a proxima e não deve ocasionar nenhum tipo de desconforto ao paciente; confortar o paciente; desprezar o material contaminado em sacos de lixo distintos conforme determinado pela vigilância sanitária; encaminhar o material usado à central de esterilização de materiais; lavar as mãos e friccionar com álcool 70% glicerinado; anotar o procedimento no prontuário do paciente. 
   Espero que tenham explicado a todos como age o profissional em sua função e esperamos vocês numa próxima oportunidade. Até a próxima.


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