História
Em 1925, as experiências no Instituto Pasteur, do microbiólogo Albert León Charles Calmette, dão como resultado uma substância que se pode considerar como a primeira vacina do século XX. Partiram pela base de que a imunidade contra a turbeculose só era possível quando havia no organismo bacilos turbeculosos. No princípio a vacina foi testada em animais, e em 1921 se fez a primeira aplicação em um ser humano. Inicialmente administrada via digestiva a crianças nos primeiros dias de vida em uma emulsão de glicerina.
Idade de aplicação:
A partir do nascimento. Desde que não tenha sido administrada na unidade neonatal, a vacina deve ser feita ao completar o primeiro mês de vida ou no primeiro comparecimento à unidade de saúde. Não é recomendada a vacinação de indivíduos adultos, ainda que a BCG seja utilizada para determinados tratamentos que não a vacinação na idade avançada.Indicação :
É indicada principalmente para prevenir as formas graves da tuberculose (miliar e meníngea) em crianças com menos de cinco anos de idade, mais freqüentes em menores de um ano. Está indicada, também, e o mais precocemente possível, nas crianças HIV-positivas assintomáticas e filhos de mães HIV-positivas. É contra-indicada nos indivíduos HIV-positivos sintomáticos.Via de administração:
Rigorosamente intradérmica, de preferência no braço direito, na altura da inserção inferior do Músculo deltóide. Deve ser aplicado 0,1 ml da solução.É a seguinte a evolução da reação vacinal: nódulo local que evolui para pústula, seguida de crosta e úlcera, com duração habitual de seis a 10 semanas, dando origem quase sempre a pequena cicatriz. Durante a fase de úlcera, pode haver o aparecimento de secreção.
Imunodeficiência congênita ou adquirida, incluindo crianças infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) que apresentem sintomas da doença. Embora não apresentem contra-indicações absolutas, recomenda-se adiar a vacinação com BCG em recém-nascidos com peso inferior a 2.000g e em presença de afecções dermatológicas extensas em atividade.
Vacinação e/ou revacinação de grupos especiais:
Segundo recomendação da Coordenação Nacional de Pneumologia Sanitária - com o objetivo de conferir maior proteção aos profissionais da área da saúde que exercem atividades em hospitais e instituições onde haja permanência de pacientes com tuberculose ou aids, freqüentemente expostos, portanto, à infecção - deve-se vacinar com BCG todos os não-reatores (nódulo com diâmetro de 0 a 4mm) e reatores fracos (nódulo com diâmetro de 5 a 9mm) ao teste tuberculínico (PPD), incluídos os novos profissionais admitidos nos mencionados serviços.Vacinação de comunicantes de hanseníase:
Considerando-se a norma estabelecida pela Coordenação Nacional de Dermatologia Sanitária, deve-se vacinar os comunicantes de casos de hanseníase com duas doses de BCG, administradas com intervalo mínimo de seis meses,devendo-se considerar a presença de cicatriz vacinal como primeira dose, independentemente do tempo transcorrido desde a aplicação que provocou seu aparecimento. Nas gestantes, recomenda-se transferir a aplicação do BCG para depois de terminada a gravidez.
Referências:
Manual de Normas de Vacinação. 3.ed. Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde; 2001 72p. Por: Raphael Silva