O Governo brasileiro instituiu 6 de junho como o Dia Nacional do Teste do Pezinho. Essa iniciativa busca instituir uma data comemorativa e lembrar que o exame é um direito de todos os brasileiros.
O Teste do Pezinho é um exame rápido de prevenção que coleta gotinhas de sangue do calcanhar do bebê com a finalidade de impedir o desenvolvimento de doenças as quais, se não tratadas, podem levar à deficiência intelectual e causar outros prejuízos à qualidade de vida das pessoas.
Pelo Teste do Pezinho básico efetuado no estado de São Paulo podem ser diagnosticadas a Fenilcetonúria, o Hipotireoidismo Congênito, a Anemia Falciforme e demais Hemoglobinopatias.
Para que a prevenção seja possível, a coleta deve ser efetuada na primeira semana de vida da criança e as amostras devem ser enviadas o quanto antes para o laboratório.
O exame detecta uma série de doenças que podem afetar o seu desenvolvimento. “Ao diagnosticá-las precocemente, como a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito, responsáveis por deficiências mentais e problemas de desenvolvimento, é possível começar o tratamento adequado nas primeiras semanas de vida do bebê e evitar conseqüências graves no futuro”, diz Ehrenfried Othmar Wittig, neurologista, fisiatra e conselheiro consultivo da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal.
Especialistas e representantes do Ministério da Saúde vão se reunir hoje em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos para avaliar o atual programa e propor a inclusão de novas doenças, como a hiperplasia adrenal congênita, que causa a diminuição da produção de um hormônio essencial à vida, o cortisol, naturalmente produzido pelas glândulas adrenais.
Como é feito
Para o teste, é coletada uma amostra de sangue do calcanhar do bebê, daí o nome popular para essa triagem neonatal, e colocada num papel tipo mata-borrão para então ser encaminhado ao laboratório. Esse procedimento deve ser feito entre o 3º e 7º dia de vida do bebê. “Os bebês prematuros, porém, devem voltar ao hospital após 30 dias para uma nova etapa de exames”, diz Renato Kfouri, pediatra e neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana.
O resultado pode demorar até 30 dias, e é fundamental que os pais se informem no hospital como devem fazer para obter o resultado. Caso haja alguma alteração, será solicitada uma nova coleta de sangue. “O que pode acontecer, por exemplo, é o primeiro teste indicar um resultado falso positivo e, no segundo, dar tudo normal”, diz Renato.
Para os pais que quiserem, há ainda um exame mais completo, chamado de ampliado, em que podem ser detectadas outras doenças. Esse procedimento é pago e o valor varia conforme o local em que é realizado.