14 de ago. de 2013

Como eu Faço... Tamy Nunes

   Hoje o Blog da Clínica da Família Souza Marques continua apresentando uma série de relatos mostrando como o profissional trabalha na sua área. E para esse contato, temos a honra de apresentar Tamy Nunes, Nutricionista do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) da nossa unidade que apresenta como funciona o Matriciamento, na visão deste profissional técnico.

  A expressão “apoio”, que é a base na proposta dos Núcleo de Apoio a Saúde da Família (Nasf), remete à compreensão de uma tecnologia de gestão denominada apoio matricial, que se complementa com o processo de trabalho em equipes de referência. Então, aqui é essencial ressaltarmos que, quando falamos de equipe de referência , nos referimos a equipe de Saúde da Família, que é a referência de saúde para certa população na Área programática de Saúde.     No entanto, não é somente a definição da responsabilização sobre um público que define a equipe de referência. Refere-se, também, a outra dimensão: a distribuição do poder que se quer na organização.

    O apoio matricial será formado por um conjunto de profissionais que não têm, necessariamente, relação direta e cotidiana com o usuário, mas cujas tarefas serão de prestar apoio às equipes de referência (equipe de Saúde da Família). Assim, se a equipe de referência é composta por um conjunto de profissionais considerados essenciais na condução de problemas de saúde dos clientes, eles deverão acionar uma rede assistencial necessária a cada caso. Em geral é em tal “rede” que estarão equipes ou serviços voltados para o apoio matricial de maneira a assegurar, de modo dinâmico e interativo, a retaguarda especializada nas equipes de referência (no caso, as equipes de Saúde da Família). Vale ressaltar aqui que o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (Nasf) está inserido na rede de serviços dentro da Áreas Programáticas de Saúde assim como as equipes de Saúde da Família, ou seja, ele faz parte da Áreas Programáticas de Saúde.

   O apoio matricial apresenta as dimensões de suporte: assistencial e técnico-pedagógico. A dimensão assistencial é aquela que vai produzir ação clínica direta com os usuários, e a ação técnico-pedagógica vai produzir ação de apoio educativo com e para a equipe. Essas duas dimensões podem e devem se misturar nos diversos momentos.

   Fica claro, portanto, que o conceito de apoio matricial tem uma dimensão sinérgica ao conceito de educação permanente. Como exemplo, podemos lembrar o fato de que não é possível a nenhum trabalhador em saúde esquivar-se de lidar em alguma medida com os afetos nas relações terapêuticas, por mais que se trate de um tema específico de psicólogos e psiquiatras. Cabe, portanto, aos profissionais da área psi, quando percebem dificuldades de uma equipe nesse campo, exercitar a dimensão técnico-pedagógica a partir das discussões de casos e temas, de forma a compartilhar seu conhecimento específico com a equipe de Saúde da Família, para que possa lidar com esse saber e fazer dele conhecimento de todos.

   Uma proposta fundamental do trabalho do Núcleo de Apoio a Saúde da Família é o de que deve ocorrer a compreensão do que é conhecimento nuclear do especialista e do que é conhecimento comum e compartilhado entre a equipe e o referido especialista. Tal conhecimento, porém, é sempre situacional e mutante.

   Outro aspecto importante no processo de trabalho dos profissionais é a definição das tarefas a serem estabelecidas e ajustadas entre gestor, equipe do Núcleo de Apoio a Saúde da Família e equipe de Saúde da Família e que devem ser definidas e detalhadas de forma cuidadosa, em função de uma construção compartilhada de diretrizes clínicas e sanitárias e de critérios para acionar o apoio. Nessa relação entre gestor, Núcleo de Apoio a Saúde da Família e equipe de Saúde da Família, deve imperar a flexibilidade, tanto para os critérios como para as próprias atividades do apoiador, ou seja, tudo isso deve ser considerado de forma dinâmica e sempre sujeita a reavaliação e reprogramação. Essa é uma tarefa importante dos gestores. Devem-se estar atentos também a: Explicitar e negociar atividades e objetivos prioritários; definir claramente quem são os seus usuários; avaliar a capacidade de articulação com as equipes

de Saúde da Família e o trabalho em conjunto com elas; identificar as possíveis corresponsabilidades e parcerias; construir e acompanhar as atividades mediante indicadores de impacto.

   A rigor, as equipes do Núcleo de Apoio a Saúde da Família terão dois tipos de responsabilidades: sobre a população e sobre a equipe de Saúde da Família. Seu desempenho deverá ser avaliado não só por indicadores de resultado para a população, mas também por indicadores de resultado da sua ação na equipe. A maior parte dos indicadores de resultado ajustados com equipes e com os profissionais do Núcleo de Apoio a Saúde da Família é transitória.

     O conceito de apoio matricial e mais ainda sua prática constituem aspectos relativamente

novos no âmbito do SUS, sendo sugeridas as leituras complementares indicadas na seção específica.

Fonte: Brasil, Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica, .27




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