30 de jul. de 2013

" Eu vou seguir... "

  História relatada pela Agente Comunitária de Saúde Maria das Dores 
    
 Hoje, a nossa Clínica da Família dá continuidade com a série de relatos sobre as histórias dos maiores beneficiados da nossa unidade: Os Cadastrados. E para começar essa série de relatos, nada melhor do que uma história de conscientização e superação; 
 
Eu sei que os sonhos são pra sempre
Eu sei aqui no coração
   Eu estou aqui para falar dessa guerreira , mulher de família, teve uma vida difícil, como todos os brasileiros, saiu fugida de casa ao 14 anos, veio de Bom Jesus do Itabapoana, para o Rio de Janeiro tentar a chamada Sorte Grande. passou muita necessidades, acabou trabalhando muito, conheceu um homem de boa índole e casou-se com ele , formando uma pequena família (Pai, mãe, avó e 02 filhos pequenos).


Eu vou ser mais do que eu sou
Para cumprir as promessas que eu fiz 
    Só que por ironia do destino seu pai a deixou, fazendo a sua mãe assumir, pro livre e espontânea pressão a frente da família, já que os filhos tinham apenas 01 ano, o menino e Maria Lúcia recém nascida. Sem ter para onde ir e sofrendo dos piores preconceitos, Zely, nossa personagem, foi morar nas ruas da cidade, com dois filhos muito pequenos, pois afinal e contas quem daria abrigo e emprego para uma mulher com 02 crianças pequenas?

Porque eu sei que é assim
Que os meus sonhos dependem de mim 
   Muitas das vezes ouvia conselhos para ela colocar os filhos no orfanato, assim seria mais fácil para ela arrumar um trabalho. Ela não ouviu e disse que ia criar os seus filhos e que coma ajuda de Deus, conseguiria sair dessa. 


Eu vou tentar
Sempre
E acreditar que sou capaz
De levantar uma vez mais
   Um belo dia, cansada e com dores nas pernas, bateu na casa de um velho português que ficou compadecido de sua história de vida, acabou a ajudando dando um teto e um emprego. Eles faziam emblemas de camisas e assim tínhamos um teto, roupa lavada e comida e claro que acabou tendo um padrasto (anjo). Não houve muito tempo para as crianças serem agradecidas a este homem, pois ele logo adoeceu e veio a óbito, deixando as crianças e a mulher com apenas um terreno em seu nome. Porém desse terreno vem o inicio dessa história de vida e os maiores problemas de sua vida. 

Eu vou seguir
Sempre
Saber que ao menos eu tentei
E vou tentar mais uma vez
Eu vou seguir
    O terreno foi comprado em nome mãe dela, terreno esse que até hoje em dia nos traz problemas. Mais uma vez, por ironia do destino, sua mãe sofreu uma grande agressão nesse terreno que acabou sendo construído a sua casa. Estava ela cuidando, das terras quando se aproximou um homem e acertou uma barra de ferro, conhecida como perna de 3 na cabeça e vindo a tomar pontos na parte frontal e quebrar o braço ao se defender. 

Não sei se os dias são pra sempre
Guardei você no coração
     Os seus filhos tinham 08 anos a menina e o menino 10 anos. Mais uma vez ficaram sem chão, pois na época que aconteceu o padrasto já estava muito doente, andando apoiado numa bengala e muito mais velhinho. Resultado, Zély foi parar no hospital, ficando na casa de uma vizinha, ao qual eles sempre foram muito gratos e a partir dai não tiveram mais paz, viveram na luta pelo terreno a nossa vida toda, não tiveram uma infância, uma adolescência como todo mundo, tiveram que crescer rápido demais e aprender a se defender. 

Eu vou correndo atrás
Aprendi que nunca é demais 
    Em 2000 para 2001, Zély teve um pico de pressão alta que acabou num derrame, passando rápido para um AVC hemorrágico e assim ela teve que ser internada e com os resultados dos exames, teve que operar o coágulo, que estava quase se rompendo e pela luta que foi que foi para tranferi-la para um hospital que desse continuidade. 

Vale a pena insistir
Minha guerra é encontrar minha paz
      Quando a Clínica da Família chegou a residência da Zely, no ano de 2012, foi percebido que ela já tinha começado a desenvolver uma série de desordens na fala, esquecimentos e outras coisas, no inicio do ano de 2013, dona Zely sofreu um outro pequeno AVC, deixando ela ainda mais com uma desordem da fala e esquecimentos. 
     Junto da Equipe do Núcleo de Apoio a Saúde da família (NASF) e a Dra. Amanda acompanhamos o caso passo a passo a ponto de ter uma pequena melhora. Não posso dizer que hoje ela encontra-se 100% recuperada, mas sabemos que estamos fazendo a nossa parte e isso é importante para o crescimento dela. 

Eu vou tentar
Sempre
E acreditar que sou capaz
De levantar uma vez mais
    Ao me contar essa história, a sua filha a D. Maria Lucia encontrava-se com as mesmas lágrimas nos olhos as quais vos conto. E ela, deixou uma mensagem para nós e um agradecimento especial a aquela que se deixou enfrentar a tudo e a todos. “Conclusão desta fatídica história para mim, não para sentirem pena, mais sim para saberem que ela foi julgada, desmoralizada, mais aqui está firme e tendo um coração enorme. Mãe nós nos orgulhamos muito de você, quero lhe fazer feliz, feliz e feliz!!!” 

Eu vou tentar 
Sempre
E acreditar que sou capaz
De levantar uma vez mais
   Hoje, dona Maria Lucia conta com o apoio do marido nessas empreitadas da vida, aos meus grandes mais poucos amigos do coração e ela sabe que pode contar sempre comigo, Agente Comunitária dela e com a Drª Amanda que a incentivou a contar essa história real, triste, mais de muita superação. 

Uma lição de vida para todos nós e até a próxima. 
* Os cadastrados tiveram seus nomes alterados para preservar a sua integridade. 
* Citação: Musica: Reach Cantada por Marina Elali.


Agente Comunitária de Saúde Maria das Dores Ferreira da Silva
Email: equipebaraodoamparo@hotmail.com

Nesta História foi usado Nome fictício e as fotos é mera ilustração,
para preservar a imagem do Cadastrado.

Obrigado a todos.

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